Agricultura familiar brasileira quer ampliar actuação na cadeia do biodiesel

Seis anos se passaram desde o lançamento do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB) e, a despeito do reconhecimento de avanços (como o surgimento de um novo mercado, o estabelecimento de melhores preços e a geração de emprego e renda), os agricultores familiares que têm alguma ligação com o setor querem mais. Mais autonomia e atuação nas definições e etapas da cadeia produtiva, mais diversificação nas matérias-primas, mais diferenciação entre o modelo da pequena propriedade e o das grandes empresas e mais apoio do governo e da iniciativa privada.

A avaliação dos próprios representantes da agricultura familiar acerca do processo é importante não apenas para entender as falhas ocorridas, mas também para projetar futuros acertos. No Piauí, por exemplo, onde o programa de biodiesel gerou grandes esperanças (e enormes decepções), a expectativa agora é a de que o diálogo com a Petrobras Biocombustível (PBio) permita que os pequenos produtores sejam reinseridos na cadeia produtiva do biodiesel. E, desta vez, de forma consistente.

Claudionor Vieira, o Neguinho, dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Piauí, explica que o movimento está em tratativas com a empresa, uma vez que existe a perspectiva de ampliação das parcerias da PBio com os pequenos agricultores para atender a capacidade instalada da usina de Quixadá (CE). A possibilidade inicial é de que os Estados de Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco sejam incluídos, sendo que a inclusão de Pará e Maranhão estaria também em análise.